
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, desacelerou para 0,26% em maio, ante uma alta de 0,43% em abril. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira (10/6), o principal impacto sobre o índice geral veio do aumento nos preços da energia elétrica residencial.
A alta se deu devido à mudança na bandeira tarifária, que opera no patamar amarelo, acionado quando os custos de geração estão mais elevados do que o normal. A vigência adicionou um incremento de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Com isso, a energia elétrica residencial ou de uma deflação de 0,08% em abril para aumento de 3,62% em maio.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram aumento dos preços. A habitação apresentou a maior variação, de 1,19%, e maior impacto no índice de maio, grupo em que está inserido o preço da energia elétrica. Em seguida, em destaque no campo das altas, estão a saúde e cuidados pessoais, com avanço de 0,54%.
Uma surpresa positiva foi a desaceleração da inflação dos alimentos, que foi de 0,17% em maio frente a 0,82% em abril, menor variação mensal desde agosto de 2024. Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate, do arroz, do ovo de galinha e das frutas. Pelo lado das altas destacam-se a batata-inglesa, a cebola, o café moído e as carnes.
“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na safra de inverno, movimento inverso no caso da batata-inglesa, em que a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, avaliou o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
Deflação dos transportes
Os grupos transportes e artigos de residência foram os únicos a apresentar variação negativa de 0,37% e 0,27%, respectivamente. Houve destaque para os recuos na agem aérea, que teve queda de 11,31%, e dos combustíveis, de 0,72%.
“A queda nas agens aéreas se deve por ser um período entre as férias de final e início de ano e as do meio do ano, quando as companhias aéreas costumam baixar os preços. Já nos combustíveis, destaque para a redução do álcool hidratado, que é aquele abastecido nos veículos, que sofreu redução na tributação, resultando em um recuo de 5 centavos por litro”, observou Gonçalves.
No ano, a inflação acumulada é de 2,75% e, nos últimos 12 meses, de 5,32%. Regionalmente, a maior variação do IPCA no mês ocorreu em Brasília, com uma alta de 0,82%, devido aos preços da energia elétrica residencial (9,43%) e da gasolina (2,60%). A menor variação ocorreu em Rio Branco, com o indicador nulo.
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