
A Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) abriu uma nova investigação sanitária após a identificação de mais um caso suspeito de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) — também conhecida como gripe aviária — no Jardim Zoológico de Brasília. Um emu (Dromaius Novaehollandiae), ave de origem australiana que faz parte do plantel do parque, apresentou sintomas neurológicos compatíveis com a doença. No início do mês, dois outros espécimes encontrados mortos — que não pertenciam ao espaço — foram investigados, apenas um confirmado.
A nova ave com suspeita da doença foi submetida à eutanásia e teve amostras biológicas coletadas para análise, seguindo os protocolos do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). As amostras foram enviadas ontem ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Campinas (SP), referência nacional em exames para influenza aviária.
O espaço, que está fechado há 15 dias, não receberá visitas até que os resultados laboratoriais sejam divulgados. Havia previsão de que o espaço reabrisse as portas ontem. A medida visa proteger a saúde dos animais, visitantes e trabalhadores, além de evitar a disseminação do vírus no Distrito Federal.
O zoológico foi interditado após a confirmação do primeiro caso de gripe aviária na capital, em 3 de junho. Exames realizados em um irerê — espécie de marreco — encontrado morto no local em 29 de maio deram positivo para a doença. A decisão foi alinhada com a Coordenação do Programa Nacional de Sanidade Avícola, do Mapa.
A Seagri informou que, até o momento, não foram observados sintomas em outras aves ou animais do zoológico, o que é considerado um sinal positivo. Mesmo assim, a interdição será mantida como precaução para garantir o controle epidemiológico e a segurança sanitária da fauna local. Não há um novo prazo para reabertura. Equipes de vigilância sanitária seguirão monitorando de forma contínua a saúde das aves.
Risco para humanos
Segundo o Mapa, o Brasil confirmou, até o momento, 172 casos da doença. A Seagri-DF relata 15 notificações relacionadas à suspeita de influenza aviária de diversas regiões do DF — todas descartadas — e que ações de vigilância tem sido feitas, especialmente em áreas que representam maior risco por terem pouso de aves migratórias. A pasta reforça que a gripe aviária é transmitida apenas pelo contato direto com aves vivas infectadas, e o risco de contágio para humanos é considerado baixo.
"Trabalhamos também com a sensibilização de produtores rurais, multiplicadores de informações e agentes ambientais que trabalham de alguma forma com aves silvestres para que conheçam os protocolos e notifiquem o Serviço de Defesa Agropecuária", informa a Seagri. Casos suspeitos devem ser comunicados pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone/WhatsApp (61) 99154-1539.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti
Saiba Mais
Principais sintomas em aves
• Alta mortalidade;
• Dificuldade respiratória, tosse, espirros, muco nasal;
• Torcicolo, espasmos, andar cambaleante;
• Queda de postura, produção de ovos deformados, com casca fina ou sem pigmentação;
• Hemorragias;
• Inchaço nas juntas das pernas;
• Diarreia aquosa esverdeada ou branca e desidratação.

Carlos Silva
RepórterFormado em Jornalismo na Universidade de Brasília (UnB). É repórter na editoria de Cidades do Correio Braziliense. Tem interesse em jornalismo de dados e temas ligados à segurança pública.