O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado Federal, comentou sobre os contrastes da produção agropecuária brasileira: enquanto o Brasil é uma potência global no agronegócio, milhões de brasileiros ainda convivem com a insegurança alimentar. A fala foi dada nesta quarta-feira (11/6) durante participação na segunda edição do Brasília Summit.
“A força do agro com relação à segurança alimentar é inquestionável, mas precisamos começar reconhecendo a insegurança alimentar que persiste em várias regiões do país. E não é culpa do produtor. É resultado de uma estrutura econômica que não garante a renda e a oportunidade para todos levarem alimento para casa”, afirmou o parlamentar.
O encontro reúne empresários e parlamentares ligados ao agronegócio e ao setor imobiliário. Promovido pelo grupo Lide em parceria com o Correio Braziliense, o evento abre um diálogo para a construção de oportunidades para o futuro do Brasil.
Citando dados do IBGE, Zequinha destacou que o Norte do país lidera os índices de insegurança alimentar grave, com 16% dos domicílios em situação crítica, seguido pelo Nordeste (14,8%). Em contraste, as regiões Sul e Sudeste registram taxas bem menores, de 4,7% e 6,7%, respectivamente.
“É preciso que os governos façam uma reflexão séria sobre por que essas pessoas não têm o ao alimento, mesmo vivendo em um país que é campeão de produção e exportação”, cobrou.
O senador paraense frisou que o Brasil lidera a produção de alimentos em diversas cadeias: do suco de laranja ao açúcar, da carne bovina ao café. “O que se exporta é o excedente. E nosso excedente é gigantesco”, destacou.
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Zequinha Marinho citou ainda que 52% de tudo o que o Brasil exporta é oriundo do agronegócio, que também representa cerca de um terço dos empregos no país e quase 30% do PIB. Entre os destaques de produção, ele apontou o papel da soja e do milho também na matriz energética. “Hoje, 17% da soja e 15% do milho produzidos no país vão para a produção de biocombustíveis. Isso mostra a conexão da agricultura com a sustentabilidade energética”, disse.
Ele também chamou a atenção para a dependência do Brasil na importação de fertilizantes, fundamentais para manter a alta produtividade do agro.
“O Brasil precisa acordar. Temos riquezas no subsolo que podem nos garantir independência para produzir com autonomia. Não podemos continuar dependentes do exterior para algo tão estratégico”, reforçou.
Infraestrutura e logística como desafios
Outro ponto destacado pelo senador foi a infraestrutura logística do país, especialmente nas regiões produtoras do Norte e Centro-Oeste. Zequinha citou a importância da conclusão da Ferrogrão, projeto de ferrovia que conectará Mato Grosso aos portos do Pará, onde ele afirma que, por meio do trajeto, será possível conseguir colocar grãos como a soja.
"Vamos colocar a soja na Europa em um cenário muito mais competitivo. Isso (a Ferrogrão) muda o jogo”, afirmou.
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